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A pergunta é: você conhece Laís Bodanzky? Não, e não vale “já ter ouvido falar”, tem saber a ficha completa. Se você é muito ligado em cultura, cinéfilo, curioso, ou lê bastante, provavelmente deve estar achando até ridículo eu perguntar isso. Mas não, não é. Essa semana, presenciei uma cena que me fez refletir muito sobre a arrogância do ser humano. Uma amiga lá do estágio recebeu um sermão, simplesmente porque não sabia responder quem seria Mrs. Bodanzky. Depois de uma rápida busca na internet ela já tinha a resposta, claro. Mas aí não adiantava mais. Queriam que a resposta estivesse ali, na ponta da língua. Depois eu só cheguei perto dela e falei: “Se isso te consola um pouco, eu também não sabia quem era essa mulher”.

Esse episódio me fez ficar pensando no quanto nós somos assim: sempre achamos que os outros têm que conhecer tudo o que nós conhecemos, ou julgamos importante, e ficamos horrorizados quando alguém se mostra desinteressado por aquilo que, para nós, é “conhecimento básico”.

Nossa… quantas vezes já fiquei indignada por meus amigos não conhecerem esses cantores de 1900 e antigamente que eu adoro! E quantas vezes já fiz um escândalo por algum colega de jornalismo não conhecer pessoas que, pra mim, são elementares, tipo a Márcia Peltier ! A gente não se contém, julga a pessoa como burra e pronto. Todos nós temos um lado burro então. Muito burro, por sinal, porque ninguém sabe tudo de tudo. Arrogância.

Eu tenho certeza que os fãs da Ângela Bismarchi, do Gilliard, da Lady Francisco ou da Marinara Costa, também acham um absurdo quando alguém não os conhece. E assim, sem querer ofender, pouca gente sabe da existência desse povo. Isso torna o mundo mais ignorante? (…)

O negócio é só que nós temos que ser um pouquinho mais tolerantes. Não exigir que todo mundo saiba tudo, sempre. Não sou tolerante. Não mesmo. Mas vou tentar pensar nessas coisas que eu escrevi aqui toda vez que em que eu for me estressar com alguém, só porque a pessoa perguntou: “Quem é Cauby Peixoto?” Ninguém tem a obrigação de saber, né? Ninguém… ninguém mesmo! Mas, assim, tenta nunca perguntar, tá?

ps.: Tem show da Rita Lee aqui em Belo Horizonte em fevereirooooo! (Lá vem… “quem é Rita Lee?” Ai ai, viu!)

EFEITO CAUBY

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Nessa madrugada, fiquei até 4 da manhã editando um vídeo do Cauby Peixoto. Mas, como meu computador não ajuda, tive que usar o dom da paciência e fazer tudo no movie maker, rezando para que ele parasse de travar a cada minuto. Foi complicado. Depois de umas seis horas de trabalho, selecionando pedacinhos de cenas e músicas, no final, uma montagem de três minutos e trinta segundos. Sabe aquele orgulho, sem tamanho, de ver uma coisa bacana que você fez? Justamente o que eu estou sentindo. Ficou perfeito! 

Agora você deve estar se perguntando: “por que cargas d’água ela está contando isso? O que eu tenho lá a ver se ela foi dormir às 4 ou se passou a noite em claro?” Sim, sim, caro leitor, você toda razão. A questão é que eu já tinha pensado em tudo. Já tinha até anunciado pra algumas pessoas, o tema do meu post de hoje. Seria sobre as mulheres estarem tomando o poder. Mas, entendam. Juro que estou tentando, mas o raciocínio só não está mais lento, porque estou à base de coca-cola e café, desde que acordei — bem cedo, diga-se de passagem.  

Bom, resumindo, hoje eu peço desculpas. Prometo que na próxima semana, não vou fazer loucuras noturnas para poder, pelo menos, pensar, no dia seguinte. Ah, mas só pra não perder o costume de falar de amor, preciso dizer que, ontem, quando li o post da Maria, tive que correr pra ouvir Lulu. Será que só eu me identifiquei? Eu acredito, sim, que existam não só “últimos românticos”, mas MUITOS românticos por aí. Ainda existem aquelas pessoas que querem algo verdadeiro e eterno (mesmo que só enquanto dure). Acredito no amor, sempre.

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“Se você tivesse chegado na hora marcada, tudo teria sido diferente”. Era essa frase, a maldita frase que estava no bilhete junto ao bouquet que entregaram pela manhã. A única coisa que consegui pensar foi: que drama é esse? Mas na fração de segundo seguinte, a realidade veio à tona. Foi como se me dessem um empurrão alertando: acorda pra vida! 

Eu havia me esquecido. Não dei importância à sua felicidade. Só consegui me sentir a pior pessoa do mundo. Mas fiquei intrigada. Por que, afinal, tanta decepção pela minha ausência, se você apenas tinha me convidado para uma comemoração entre amigos, naquele bar que costumávamos ir com o pessoal da redação? Já se passaram dois anos e, nesse período, não tive nenhuma notícia sua, nem um e-mail encaminhado, sequer. Aliás, minto. Só aquele DVD do Cauby, que você me mandou de presente de aniversário.  

Tomei o café da manhã pensado nisso. Tentando achar uma resposta.  Ocorreu-me te ligar, mas, para aumentar minha curiosidade, seu celular só caía na caixa postal. O jeito foi conter minha inquietação e tentar novamente mais tarde. No caminho para o jornal, lembrei-me da Stela. Sua melhor amiga com certeza saberia o porquê daquilo tudo. Parei o carro e disquei. Estranhamente, ela disse que era melhor que conversássemos pessoalmente e perguntou se poderíamos almoçar juntas. Marcamos no shopping mesmo, já que ela também trabalha ali perto.  

Stela chegou e me olhou profundamente por uns dois minutos. Sem entender nada, pedi que ela acabasse logo com minha ansiedade. Comecei a ouvir a história mais surpreendente da minha vida. Por que você fez isso? Por que teve medo? Se tivesse me dito antes, que sempre foi apaixonado por mim, aí sim, tudo teria sido diferente. Você tentou prever minhas escolhas e matou nossa chance. Eu também sempre gostei você.

Esqueci de ir à sua festa ontem. Acho que, na verdade, eu quis esquecer. Quis evitar o reencontro. Por quê? Por medo também.  Eu não quis acreditar quando Stela me contou que você tinha preparado tudo para, ontem à noite, se declarar. A coisa certa no momento errado, talvez. Eu queria poder voltar no tempo e sair correndo, impedindo que você embarcasse naquele avião. Você acredita mesmo que, indo morar do outro lado do mundo, vai me esquecer?

Provavelmente, esse e-mail é a única forma de chegar até você agora. Eu só quero pedir que você volte. Esqueça tudo e volte. Ou me diga onde você está e eu vou ao seu encontro. Não deixe que a nossa covardia nos vença.  

Te amo… pra sempre!