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Quando tudo parece perdido. Quando os amigos desaparecem e a vontade de ir até o mar some. Quando o entusiasmo pelo trabalho não é mais o mesmo e as curvas esculturais de seu corpo também não. Quando a tristeza parece tomar conta, o medo aparece mais vezes do que o esperado, a saudade machuca mais do que o de costume e o medo do que o futuro lhe reserva assombra seus sonhos… eis que o telefone toca.

Nada mais vê que um número desconhecido. Não, não é uma chamada de um número confidencial. Simplesmente um número desconhecido. O número da sorte. Se aqueles não eram seus números da sorte, a partir daquele dia passariam a ser. Tudo o que Joana mais queria era ser lembrada, querida. Há dias não conversava com alguém que significasse alguma importância em sua vida. Há dias não se sentia tocada por um só gesto de afeição.

E quem diria… justo ele ligar. Aquele que nunca mais aparecera, que, assim de aparência, parecesse ser o que menos se importaria com ela (com ela e com todas. Sim, ele sempre me pareceu o mais garanhão – o que só se aproxima das garotas quando quer algo em troca. Engano meu. Engano seu. Engano nosso). Qual nada! Parece se importar muito mais que as pessoas que estão ao redor daquela bela e triste moça. Quer saber sobre seu dia, suas semanas… cobrou o seu sumiço. Pediu que ela aparecesse mais vezes. Mas como?

Aqueles 15 minutos de conversa lhe pareceram uma eternidade. Joana não queria acreditar. Quando pensava estar todo mundo contra ela novamente, eis que uma das pessoas que ela mais nutre carinho resolve ligar só para saber como anda sua vida. E a chamou pelo diminutivo de seu nome. Como Joana fica feliz quando isso acontece… ele já havia lhe chamado por apelidos diversas vezes, mas “Joaninha” fora a primeira vez. Inesquecível. Simples assim.

A conversa acabou. Desligaram o telefone. Joana seguiu rumo ao seu trabalho. Quanta coisa lhe esperava no escritório ainda naquela tarde de quarta-feira. Quanto a ele, não se sabe ao certo que rumo tomou. Quando conversavam, Joana teve a impressão de ouvir seus dedos dedilharem sobre o teclado de um computador. Vai ver, desligaram e ele prosseguiu com seu trabalho… a dedilhar…

Como o dia de Joana mudou após o ocorrido. Como é simples transformar o dia de uma pessoa. Como é admirável dizermos aos nossos afins o quanto são importantes em nossas vidas. Talvez para você não signifique nada o fato de receber um telefonema ou uma simples mensagem de alguém que já não vê há algum tempo. Mas em contrapartida, aquela pessoa que você já tenha até esquecido o perfume que usa, neste momento pode estar pensando na relação que (in)existe entre vocês. Ou então, nem ao menos se lembrou de lhe lembrar. Está dentro de um ônibus, rumo ao seu trabalho. Pode ser que quando o telefone tocar, toque também alguns sininhos, simbolizando que alguém lembrou de dizer o quanto sente sua falta e o quanto ela é queria por alguém. Alguém que as demais pessoas nem imaginam. E com isso, uma cinzenta e sem-graça quarta-feira pode se transformar num belo meio de semana, cheio de raios de sol, com perfumes exorbitantes, cabelos esvoaçantes, diversas cores vivas soltas pelo ar e uma nova pessoa. Pessoa esta, pronta para amar e ser amada. Querer e ser querida. Pelos amigos, inimigos, afetos, desafetos, amores e dissabores. Por você. Que tal fazer alguém feliz hoje?